Além dessa nossa formação, que nos enche de dúvidas, essa atitude não tem vergonha de ser defensiva. Se eu quero, mas sei que não vou conseguir (porque não mereço), eu sofro menos. Isso é resignação, a paciência com as injustiças.
Justiça, injustiça, merecimento... até que ponto a vida tem essa lógica? Até que ponto nós entendemos a lógica das coisas?
Imagine comigo: você tem um cachorro. Em dias de sol, você deixa que ele fique no jardim. Quando chove, você deixa a porta fechada. Será que o cachorro consegue compreender porque um dia ele pode e no outro, não? Será que ele entende que você tem mais tempo para brincar com ele no final de semana e que volta a acordar cedo e sair de casa carregando suas preocupações, na segunda-feira? Tivesse o cão uma maneira de pensar parecida com a nossa, ele acharia isso tudo muito injusto para com os desejos caninos dele.
Nós? Nós somos os cachorros do universo. Talvez seja melhor confiar que nossos desejos serão realizados, em um lindo dia de sol. De preferência, em um sábado.
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