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segunda-feira, 25 de julho de 2011

A vela


Todo mundo tem uma história assim: na minha família, era motivo de risadas o hábito da minha avó acender uma vela, em qualquer situação que fosse, ainda que só para ela, adversa. Era vela em dia de prova dos netos, vela quando alguém demorava a voltar para casa, vela para quem viajava, vela para quem adoecia... Nós nos divertíamos, dizendo que uma daquelas velas ainda ia incendiar alguma coisa, aí sim, teríamos um motivo real para preocupação.






Mas a gente vive e acaba compreendendo o que existe além do gesto. Acender uma vela era a forma que minha avó encontrava de se sentir no controle das situações incontroláveis. Era uma ação prática e palpável, feita quando não havia nada a fazer. Se a vela ilumina os caminhos, traz comunicação com as energias do universo, ajuda de verdade... bom, isso vai da fé de cada um. E a fé, é claro, muda o mundo. 


Se a luz da vela só serve para acalmar, para dar uma sensação de alento... isso também é fé. E também é capaz de mudar as coisas, ainda que “as coisas” sejam apenas os sentimentos de angústia e impotência que todos sentimos, uma vez ou outra. E que nos trazem mais peso do que solução. Portanto, atenuar ou transformar esses sentimentos em esperança ou tranquilidade já é uma ação poderosa. 


Vamos, então... acender uma vela? Pois é, podemos fazer isso online. Minha avó ficaria espantada.

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