Parecia de propósito. Sempre que uma data especial,
emocionante, estava chegando, acontecia uma briga horrível, do tipo que deixa o
dia cinzento. Ela não conseguia, de jeito nenhum, lembrar qual a causa da
discussão. Era uma explosão. Ele era seu namorado há muito tempo e ela sabia
que eles se encaixavam lindamente no clichê “feitos um para o outro”. Menos nas
datas que eram especiais – para ela. Aniversário? Uns dois dias antes ele
começava a ficar estranho e, pelo menos uma vez, ele só tinha voltado a ligar
para ela no dia seguinte, depois da festa nada festiva. Cada conquista vinha de
mãos dadas com uma discussão aleatória.
Por outro lado, ele era o primeiro a ajudar, nos momentos
difíceis. Levava ao médico. Dava conselhos. Era mestre em fornecer apoio nas
indignações contra professores, família, amigos. Era o ombro amigo perfeito. O
companheiro ideal para os momentos infelizes.
Irmãos, amigos, namorados... se prestarmos atenção, muito
provavelmente vamos perceber que conhecemos várias pessoas que são incapazes de
conviver com a felicidade alheia. Talvez eles enxerguem a vida como uma escada,
em que vence quem chega primeiro ao topo – e o topo é a realização.
Isso explica os lindos gestos de acolhimento quando não
estamos bem, que provam que eles estão na nossa frente, nessa escalada pela
felicidade. Quando conquistamos algo importante, eles explodem em energia
negativa, na tentativa de colocar para baixo, literalmente, a pessoa que eles só
conseguem ver como competidor.
E você? É do tipo que aplaude ou do tipo que consola? Você
permite a felicidade do outro? E está cercado de pessoas que ficam felizes
quando você está feliz?
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